Nos deparamos cada vez mais com as tecnologias utilizadas em benefício da aprendizagem e a internet talvez seja mais um importante canal no processo do conhecimento. Não há dúvida que a esta rede minimizou distâncias e derrubou muitas fronteiras até então existentes, passando a ser um meio fascinante para a promoção da educação e do treinamento a distância.
A informática é um campo vasto e riquíssimo que pode ser aproveitada para fins pedagógicos. Podemos utilizá-la como instrumento de comunicação, de pesquisa, de produção de conhecimento, explorando sua interface ideográfica, característica das linguagens simbólicas.
Através da informática podemos renovar a forma como a pesquisa é hoje efetuada na educação. Voltaríamos, assim, a ter na escola, um ambiente rico de informações, de assuntos históricos e atuais, com capacidade de atender ao anseio natural que todo ser humano possui de buscar o novo.
Há a necessidade de escaparmos de visões extremamente utilitárias, que vêem no computador somente um veículo de disseminação de informações, e pregam a sua utilização restrita como máquina de ensinar, uma instrução programada. Não podemos olhá-la somente como um banco de dados cujo saber é utilizável por um usuário. Esses meios são ferramentas de aperfeiçoamento que, ao serem inseridas no ambiente educacional, visam a qualidade do ensino e a ampliação dos referenciais de mundo dos usuários.
A informática favorece diferentes maneiras de se relacionar com o outro e com o conhecimento. Ao contrário do que muitos pensam, ela não oportuniza a "robotização" do ser humano ao eliminar a mediação humano no contexto, pois isto o livro, o jornal, a revista já o fazem.
Ao usá-la, estamos promovendo mais um meio de contato social com outras pessoas, que desafia, exige e estimula o intelecto. O uso do computador, especificamente da Internet, requer operações intelectuais que vão desde o uso da palavra, da escrita, capacidade de comparar e diferenciar, atenção, abstração, e passa para formas de organizar o pensamento e a ação.
Não podemos perder de vista que o computador não é uma máquina inserida numa sociedade abstrata, mas que existe além dessa rede digital uma rede humana que opera essa máquina, pessoas que possuem valores e são agentes de seu meio, pois nada acontece fora das sociedades já organizadas. A informática abriu possibilidades de novas relações entre os homens, e estes estão inseridos numa ordem social. Estamos numa rede de comunicação em que o homem é o centro do processo e a palavra continua sendo sua ferramenta básica.
A pedagogia que encontramos na Internet, por exemplo, não é mais da instrução direta e explícita via professor, pois a sua utilização altera a rotina e os métodos de organização de trabalhos. Ela é uma rede potencialmente infinita de comentários e debates.
O estudo auxiliado pela informática não é somente dirigido pelo professor nem centrado no ensino, pois a pesquisa ocupa o centro deste. O professor terá como preocupação se lançar aos desafios que essa nova tecnologia lhe propõe, os quais devem ser estendidos aos aprendizes, para que eles se apropriem desses conhecimentos, numa interação adequada. Não há uma diminuição do seu papel, mas um deslocamento, o professor não é mais o detentor do saber, mas um facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do sujeito.
Esse processo de aprendizagem ocorre sem que haja um ensinamento explícito. Não há mais o controle de aprendizagem pelas mãos do professor, mas este está nas mãos do aluno, havendo a liberdade para explorar e errar, sem punições. A sala de aula passa assim, a um espaço de maior prazer, pois a multimídia interativa favorece uma atividade exploratória e lúdica. Temos amostras de riqueza e criatividade, e porque não dizer de fantasias que se jorram de riquíssimas invenções.
O conteúdo não é esvaziado de significado como geralmente ocorre na imposição do conhecimento sistematizado. O conhecimento passa a formas de acesso e apropriação que possibilitam ao sujeito assimilá-los plenamente e praticá-los ao longo de sua vida.
O conteúdo não é esvaziado de significado como geralmente ocorre na imposição do conhecimento sistematizado. O conhecimento passa a formas de acesso e apropriação que possibilitam ao sujeito assimilá-los plenamente e praticá-los ao longo de sua vida.
O aluno não só coleta informações, via rede, mas também as dissemina. Assim, o processo exploratório, viabilizado pelo manuseio do computador, gera o processo construtivo. Falamos de internalização do saber através da construção, o que implica em modificação do indivíduo com o seu grupo. Uma prática cujo princípio norteador seria a interatividade, pois não falamos de um sujeito passivo, mas ativo, construtor.
Milhões de pessoas entram na rede não só para visitar sites, mas também para escrever, comentar textos, interagir. Temos com a Internet uma dinâmica diferente daquela que se apresenta nos livros, pois ela é determinada pela mutabilidade, pela agilidade, pela interatividade.
O computador torna-se assim, mais um dispositivo técnico — como o vídeo, televisão... — pelo qual podemos perceber o mundo que nos cerca.
O que é EAD?
A educação a distância consiste em educação não presencial, realizada por meio de mídia impressa ou eletrônica, onde professor e aluno são interligados por um processo de dupla via de comunicação, sem barreiras como localidade ou horários pré-determinados.
É uma modalidade de educação em que as atividades de ensino aprendizagem são desenvolvidas na maioria das vezes - exclusivamente, sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar, à mesma hora.
AVA - Ambientes Virtuais de Aprendizado
São sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC's).
Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos.
As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza.
A Educação a Distância é uma metodologia que já existe no Brasil desde o início do século passado, quando era feita por correspondência.
Na década de 30, surgiram duas grandes instituições no Brasil que disseminaram de forma massiva, a metodologia à distância que foram o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro.
Já no final da década de 40, outro importante meio de comunicação de massa passou a ser utilizado no EAD, o rádio. SENAC e SESC foram as primeiras instituições a gravar aulas em vinil e difundi-las através de programas semanais de rádio, em parceria com emissoras associadas.
No ano de 1976, surge o Sistema Nacional de Teleducação que associou o ensino por correspondência ao rádio e à TV. Depois surgiram os telecursos e a utilização de satélites para difusão da informação educacional.
Já no final dos anos 80 e início dos 90, acontece a reestruturação e informatização do Sistema Nacional de Teleducação, momento em que foram estabelecidas novas diretrizes para educação não-presencial no Brasil que encontram-se em vigor ainda hoje.
Por volta de 1995, vê-se ações educacionais à distância utilizando a internet como meio de disseminação do conhecimento, inclusive no Ensino Superior.
Regulamentação da EAD no Brasil
As bases legais da educação a distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996), pelo Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 (publicado no D.O.U. DE 11/02/98), Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998 (publicado no D.O.U. de 28/04/98) e pela Portaria Ministerial n.º 301, de 07 de abril de 1998 (publicada no D.O.U. de 09/04/98).
Art. 1º - Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, representados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.
A partir de então, houve a consolidação da última reforma educacional brasileira, no ano de 1996, quando a Educação a Distância oficialmente passa a ser uma modalidade válida e equivalente para todas os níveis de ensino.
Fonte: SEED - Secretaria de Educação a Distância.
Para mais informações, consulte o site da Secretaria de Educação a Distância do MEC (SEED) http://www.mec.gov.br/seed